Competência: saiba o que é e aprenda a distinguir as principais


Elisângela Dias
Elisângela Dias
Gestora de Recursos Humanos

As competências são um conjunto de habilidades aprendidas e desenvolvidas pelo profissional, que caracterizam uma função específica.

As competências incluem tanto aspectos técnicos como comportamentais. Assim, os aspectos técnicos (hard skills) não são suficientes para definir uma competência. Cada vez mais, as empresas valorizam traços comportamentais (soft skills).

Como distinguir as competências?

Os aspectos técnicos de uma competência podem ser avaliados através da experiência profissional e formação acadêmica, e costumam estar registrados em diplomas e certificados. Já habilidades comportamentais são mais difíceis de comprovar.

A seguir, os 9 aspectos comportamentais que as empresas mais valorizam:

1. Resiliência

Associada a capacidade de adaptação às mudanças, a resiliência também está relacionada com suportar pressões e retornar ao seu estado normal em tempo viável.

Em ambientes onde a mudança é constante, ser resiliente pode determinar o sucesso profissional de um colaborador.

Para quem trabalha com atendimento ao público, é possível enfrentar níveis de frustração elevados. Saber retornar ao equilíbrio se torna essencial para manter a continuidade do trabalho e para o seu bem-estar.

2. Negociação

Muito apreciada na área de vendas, a habilidade de negociação permite que o profissional saiba interagir com os outros, visando os melhores interesses da instituição. Geralmente em situações de acordos ou contratos.

É comum que as pessoas que apresentem esta capacidade sejam bons ouvintes. E que também possuam um raciocínio rápido na tomada de decisões e sejam donas de um alto controle emocional.

3. Relacionamento interpessoal

equipe competente com bom relacionamento interpessoal
O relacionamento interpessoal é uma competência comportamental que cria ambientes saudáveis

Podemos definir um bom nível de relacionamento interpessoal como a capacidade que um indivíduo possui de interagir entre duas ou mais pessoas. Sempre de forma assertiva e não violenta.

No ambiente corporativo, a falta da habilidade de relacionamento interpessoal pode gerar um ambiente tóxico e nocivo. Isto afeta sensivelmente a produtividade e promove um alto índice de turnover.

O principal motivador para alcançar um bom relacionamento interpessoal está na capacidade de autoconhecimento. Quando entendemos melhor nossas emoções, somos capazes de entender melhor o outro.

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4. Comunicação

A boa comunicação não diz respeito apenas a falar. Saber ouvir com atenção também faz parte dessa habilidade. Além disso, é necessário que o profissional saiba se comunicar de forma lógica e estruturada para expor suas ideias com clareza.

O foco também é um componente importante dessa habilidade. Por exemplo, sem manter o foco em uma reunião, fica difícil absorver qualquer informação relevante que possa ter sido passada.

O hábito de repetir uma informação dada para verificar se foi corretamente compreendida também faz parte desta habilidade.

5. Liderança

Exercer influência sobre outras pessoas da equipe ao mesmo tempo em que se passa confiançasão características da liderança. Um líder também é capaz de motivar os outros colaboradores, alinhando seus esforços para alcançar os objetivos da empresa.

Um bom líder sabe delegar tarefas e desenvolve os outros colaboradores através dessa prática. Este profissional também dá autonomia para os membros da equipe criarem suas próprias soluções, incentivando a evolução da carreira de cada um.

6. Raciocínio lógico

A capacidade de estruturar o pensamento de acordo com lógica permite alcançar uma conclusão ou solucionar um problema. Esta capacidade de organização mental é uma ferramenta necessária para argumentar e analisar as situações.

Os processos seletivos costumam utilizar testes de raciocínio lógico para avaliar os candidatos nesta habilidade. O mesmo acontece em alguns tipos de concursos públicos.

7. Inteligência emocional

A inteligência emocional pode ser caracterizada pela capacidade de gerir as próprias emoções de maneira equilibrada. Dentro deste contexto, a empatia também possui relevância, como a capacidade de se colocar no lugar do outro.

Associado à forma como o indivíduo interage com os outros, um alto nível de inteligência emocional permite o desenvolvimento de relacionamentos saudáveis com os outros colaboradores. Além de contribuir para aliviar o próprio estresse.

8. Persuasão

A capacidade de persuasão permite chegar a acordos

A capacidade de persuasão permite que o profissional obtenha apoio e resultados dentro da equipe. Esta habilidade está intimamente relacionada com a capacidade de ouvir os outros com atenção.

Profissionais que são coerentes e íntegros, tendem a possuir uma capacidade de persuasão maior. Isto ocorre porque os outros colaboradores passam a acreditar na capacidade de comprometimento e acabam por depositar confiança na pessoa.

9. Automotivação

A automotivação diz respeito a ser capaz de criar a vontade de agir, independente das circunstâncias externas. Assim, são profissionais capazes de demonstrar maior proatividade do que outros colaboradores.

Com a crescente valorização da autonomia dos colaboradores dentro de equipes enxutas, a automotivação ganha cada vez mais valor nos processos seletivos.

A pessoa que encontra dentro de si mesma os motivos para entrar em ação, sai na frente da disputa por uma vaga.

Como valorizar as competências?

Valorizar as competências individuais é imprescindível para a boa gestão de equipes. Atualmente, o capital humano é considerado um dos principais ativos de uma empresa.

Portanto, realizar uma gestão eficaz deste ativo aumenta o valor e a competitividade da organização no mercado.

Podemos definir o capital humano como o conjunto de competências desenvolvidas ou em potencial de todos os colaboradores. Apenas através da gestão das competências é possível ultrapassar obstáculos que impedem o desenvolvimento das equipes.

Destacamos a seguir algumas estratégias usadas para desenvolver as competências dos colaboradores:

  • Investir em líderes motivadores
  • Manter um plano de desenvolvimento individual (PDI)
  • Estruturar um plano de carreira
  • Contratar serviços de coaching ou mentoring
  • Dar autonomia para os colaboradores
  • Oferecer treinamento específico

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Elisângela Dias
Elisângela Dias
Graduada em Gestão de Recursos Humanos pela Universidade Estácio de Sá em 2004. Pós graduada em Gestão de Projetos pela Universidade Cândido Mendes em 2007.