5 Coisas que deveria negociar além do salário


Elisângela Dias
Elisângela Dias
Gestora de Recursos Humanos

Ao negociar uma proposta de trabalho ou uma promoção, a atenção recai sempre no salário que irá receber. Porém, este não é o único fator que deve prestar atenção antes de entrar de corpo e alma num novo emprego ou numa nova função na empresa.

1. O horário de trabalho

A primeira coisa que pode negociar além do salário é o horário de trabalho. Trabalhar em horas rígidas pode não trazer vantagens especiais para o empregador. Ter um horário flexível não traz também custos à empresa, por isso pode pedir para trabalhar num horário que se enquadre melhor na sua vida pessoal ou familiar.

2. As férias

A legislação das férias diz no artigo 130 que o trabalhador tem direito a 30 dias corridos de férias por ano, se não tiver faltado ao serviço mais de 5 vezes. A concessão das férias ocorre de acordo com o interesse do empregador.

Apesar disso, o trabalhador pode negociar com o empregador os melhores dias para ter o seu merecido descanso.

Negocie suas férias com seu empregador
As férias podem ser negociadas

3. As tarefas e projetos

Estagnar no trabalho é prejudicial para o trabalhador e para a empresa. Peça novas tarefas para fazer ou novos projetos onde se inserir e desenvolver as suas capacidades. Isto poderá resultar um dia num novo cargo na empresa, se provar que é capaz.

Uma das competências mais apreciadas pelos empregadores é a iniciativa. Por outro lado, é comum que o trabalhador encontre uma zona de conforto dentro das atividades que está acostumado a realizar, criando a sua própria estagnação.

Portanto, para quem já está empregado realizando as mesmas tarefas há algum tempo, negociar a sua inserção em novos projetos pode ser de vital importância.

Isso pode servir de passo inicial para uma futura promoção acompanhada de um aumento salarial. Fique atento e cuidado para não permanecer indefinidamente na sua zona de conforto!

4. Treinamento

O trabalhador pode estar atento a algum curso específico que seja relevante para o seu cargo e propor a sua participação ao seu empregador.

Para fazer isso de forma eficaz, identifique primeiro uma necessidade da sua equipe. Avalie qual o tipo de problema vocês lutam para solucionar. Diminuir o volume de reclamações? Melhorar a gestão do relacionamento com os clientes? Acelerar o tempo de resposta das solicitações?

Uma vez que a necessidade tenha sido identificada, apresente a necessidade de treinamento junto com os benefícios de longo prazo para a empresa. Explique como você irá compartilhar o conhecimento adquirido com os outros colaboradores. Apresente objetivamente qual o impacto que este novo conhecimento traz para os projetos em andamento.

Aponte alguns dos ganhos indiretos que um treinamento pode trazer em termos de clima organizacional. A melhoria de performance e o aumento da confiança resultantes do treinamento, acabam por gerar uma equipe mais satisfeita.

Além disso, o crescimento profissional proporcionado por treinamentos acaba por facilitar a retenção de talentos na empresa.

5. Os benefícios

O empregador pode até nem conseguir oferecer um aumento de salário, mas este pode muito bem conceder alguns benefícios especiais aos seus trabalhadores. Desde seguros a mensalidades na academia de ginástica. A empresa pode conceder benefícios especiais aos seus funcionários.

Se você está negociando uma proposta de trabalho, este é o momento ideal para questionar a respeito da cobertura dos benefícios oferecidos. Desta forma, é possível evitar futuros equívocos por causa da falta de esclarecimentos.

Se você for casado(a) e um plano de saúde for oferecido, procure saber se ele inclui o cônjuge. Qual é o tempo de carência? No caso de seguro de vida, saiba quais são os valores envolvidos e quantos beneficiários podem fazer parte. Sobre as faltas por motivo de doença, pergunte qual a política praticada pela empresa. Alguns empregadores permitem a ausência até no caso de doença de familiares.

Veja também:

Elisângela Dias
Elisângela Dias
Graduada em Gestão de Recursos Humanos pela Universidade Estácio de Sá em 2004. Pós graduada em Gestão de Projetos pela Universidade Cândido Mendes em 2007.